O relato do assassinato de Maria das Graças dos Santos de 59 anos, chocou o estado de Mato Grosso do Sul, que ocupa o terceiro lugar no ranking de ligações para o número 180, canal de denúncia exclusivo para mulheres vítimas de violência.
O pior dos crimes conseguiu estarrecer a opinião pública de um Estado onde a cada seis minutos, em média, um caso de violência contra a mulher é denunciado ao Centro de Atendimento à Mulher em Situação de Violência.
Na manhã do dia 20 de novembro, na Rua Teodoro Mendes no bairro Vila Guanabara em Três Lagoas, uma jovem encontrou a mãe despida em cima da cama e desacordada. Ela solicitou socorro ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que ao chegar no imóvel confirmou a morte de Maria das Graças. Ali, naquele momento, começava o pesadelo da família. Com um ferimento na cabeça, dando a entender que teria sido agredida, a Polícia Civil foi solicitada a comparecer na casa de Maria.
Os investigadores e delegados do SIG (Setor de Investigações Gerais) e da 3ª DP (Delegacia de Polícia Civil) realizaram os levantamentos iniciais e durante as investigações suspeitaram de Gustavo Felisto de 22 anos, vizinho de Maria das Graças, o qual não foi localizado naquela manhã e depois desapareceu sem prestar qualquer esclarecimento.
No mesmo dia, a Polícia Civil, montou um “quebra-cabeça” para esclarecer a morte de Maria e prender o responsável pelo assassinato. Investigações seguintes confirmaram que se tratava de uma morte violenta, com suspeita também de violência sexual, cuja autoria recaía sobre o vizinho que já havia deixado à cidade, razão pela qual foi representado por sua prisão temporária, decretada pela 1ª Vara Criminal de Três Lagoas.
No último sábado, 28 de novembro, Felisto foi localizado e preso em virtude da ordem judicial, quando então negou a prática do crime. Em um novo interrogatório na segunda-feira, 30, acabou confessando que teria matado a vítima por ter uma desavença com ela.
Cena do Crime
Segundo a polícia, em depoimento, o rapaz disse que foi até a casa da vítima no início da noite do dia 19, quando a flagrou no sofá da sala, vindo a matá-la com golpes do tipo “mata leão” e, nesse momento, ela teria batido com a cabeça no piso da casa, o que lhe causou o ferimento.
Com relação a crime sexual, ele negou veementemente, alegando que deixou a vítima sem roupas para que indicasse que ela teria sido abusada, mas que isso não teria ocorrido.
O pior dos crimes
Felisto disse para a polícia, que depois de matar Maria das Graças, chegou a ficar na casa por cerca de duas horas, onde bebeu um litro de vinho e depois de dar um banho no corpo da vítima, no banheiro, a levou para quarto e a colocou na cama, saindo em seguida para sua casa onde foi dormir.
O acusado indicou o local onde jogou algumas peças de roupas que a vítima usava na ocasião em que foi morta, bem como o litro de vinho vazio, que ingeriu naquela ocasião, cujos objetos foram localizados num terreno baldio que fica nos fundos de sua casa.
Apesar da negativa do autor quanto à pratica de crime sexual, existem fortes indícios de que isso tenha ocorrido, tanto é que foram coletados materiais para exames de laboratório, visando tal comprovação.
O inquérito policial tramita junto ao 3ºDP, haja vista o crime ter ocorrido na circunscrição daquela repartição policial, enquanto que o investigado permanecerá recolhido à disposição da Justiça.
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